Filipe Ribeiro de Meneses em "Salazar - Uma biografia política":
Salazar é caso único entre os “grandes ditadores” do século XX na medida em que o seu protagonismo público decorreu do seu mérito académico. Que esse mérito tenha sido a oportunidade de se manifestar é o resultado de uma série de escolhas feitas no seu interesse por uma família empreendedora e sensata, que soube aproveitar todas as oportunidades à sua disposição para que Salazar prosseguisse os seus estudos. Tendo tido uma ascensão rápida na hierarquia da Universidade de Coimbra, um Salazar politicamente ambicioso foi obrigado a marcar passo até 1926, já que as suas predilecções políticas católicas não contavam com as boas graças da I República portuguesa. Nesse ano, o Exército derrubou o regime moribundo, procurando depois constituir uma equipa de especialistas civis destinada a ajudar a endireitar as finanças e a vida económica portuguesas e a moldar novas instituições políticas. Salazar tirou pleno partido da nova situação. Em 1928, aos trinta e nove anos de idade, tornou-se o “ditador das finanças” do país, assumindo o Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço; quatro anos depois, mudou-se para o Palácio de São Bento, ao ser nomeado presidente do Conselho de Ministros, cargo que haveria de ocupar durante os trinta e seis anos seguintes.
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