Há um equívoco na leitura da situação político-partidária que se torna perigoso na medida em que cresce e se afigura como paradigma da sua análise. O editorial do i de hoje espelha bem que tipo de erro enfrentamos.
O problema reside na difusão da ideia de que o a ideologia está a morrer como factor decisivo da política, substituída por opções eleitorais centradas na opinião sobre os candidatos. E isto é um equívoco porque, se é verdade que o choque entre ideologias está a desaparecer para dar lugar a cultos populares personificados em lideres, os motivos para esta inversão são todos menos a sua decadência. O que existe é uma normalização de uma determinada visão ideológica, comum a todos os concorrentes pelo poder e que os coloca progressivamente na impossibilidade de distinções que não sejam as residuais. Consequência disto é a tendência para o esvaziamento programático de valores verdadeiramente alternativos, e a ascensão do reino do supérfluo.
Não nos enganemos. O aparente desaparecimento das ideologias confirma, portanto, outra coisa: que uma se instalou e a tudo preside, secando o terreno à sua volta. Simula a morte, mas pica quem a toca.
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Te igitur, clementissime Pater