O problema da liberdade nunca foi o da liberdade de pensamento, mas o da liberdade de expressão. Dizer, como hoje dizem, que na "Idade Média" ninguém podia pensar livremente, é uma enormidade só comparável a afirmarem que alguém andava munido com um aparelho de leitura mental enquanto cavalgava por essa Europa fora a mando do Papa. O que nunca houve nem nunca haverá é liberdade de expressão, entendida como todo o conjunto de comportamentos que evidenciam e realizam o nosso pensamento. E é por isso que nos encontramos sempre na encruzilhada de escolher entre um e outro caminho. O que percorremos actualmente impede-nos, por exemplo, de fundar forças partidárias, ou congéneres, que expressem determinadas correntes de pensamento político, moral e ético, mesmo estando privadas desse poder político, moral e ético. Mas ninguém anda de radar na mão a perscrutar o cérebro de ninguém, lugar onde todos têm liberdade de conceber o inconcebível, de falar com os seus fantasmas, ou de simplesmente orar a Deus, incessantemente, porque Ele sabe o que está oculto (Mt 6, 6).
O facto é que os tempos modernos não nos vão sendo nada favoráveis. A tendência ao totalitarismo estatal do espaço público seguiu o trilho natural de uma espécie de niilismo praticante, embora possamos sempre ir orando em silêncio, neste caminho do livre pensar e do livre religar esse pensamento ao Outro, que é coisa que só nos tiram quando nos enfiam uma bala na cabeça.
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Foederatio Internationalis Una Voce
Te igitur, clementissime Pater