Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009
Não vou escrever sobre a coincidência do referendo ao aborto e a aprovação dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo com dois tremores de terra. Isso são coincidências, por mais que a Margarida Rebelo Pinto diga que não. Porque, como é óbvio, não há hoje como levar a Margarida a sério. Afinal, o sentido de todos os fenómenos naturais é perfeitamente explicável numa mesa de laboratório. Do género: a terra tremeu porque duas placas tectónicas decidiram fazer cócegas uma à outra, porque é assim que funciona e a causa é o absurdo (ponto final parágrafo e atingimos a luz).
Não. Quero antes escrever sobre umas pessoas estúpidas que pensam coisas estúpidas sobre a estupidez do emparelhamento dos peneleiros. Tipo, a estupidez de acharem que as bichas se devem casar, ter todos os direitos da instituição civil mas... enfim... adoptar?! "Ai, não, coitadinhas das criancinhas, a dizerem na escola que o pai é arquitecto e a mãe é trolha". Isto é, direitos iguais para todos, até para o snoopy da vizinha, sem discriminação alguma. Mas essa agora de cuidar dos putos é que parece exagerada, não é? "Não é natural", ouve-se.
Por outro lado, também é importante que se comece a escrever que a Igreja está lixada - assim mesmo, curto e grosso. Uma instituição que apoia a sua existência na promoção e defesa de uma ordem natural assente numa moral intrinsecamente discriminatória (bem vs. mal, santidade vs. pecado, lógica vs. ideologia) e que não encontra o sentido da criação na sacrossanta mesa de laboratório mas em Deus, só pode mesmo estar lixada. É que não se trata de ter dúvidas sujeitas à habituação do costume, mas de apresentar uma proposta de vida que atenta cada vez mais contra a lei e contra o Estado de direito que a faz cumprir. E depois, perante isto, o que é que o Cardeal Patriarca diz a Sócrates?! Que não vai haver contestação alguma ao "casamento homossexual"; que ninguém vai sair à rua; que ninguém vai resistir. Ou seja, a Igreja está mesmo lixada...
E pronto, era isto. Amanhã é mais um dia, o Obama cuida do mundo e o Ronaldo marca golos. O resto é paisagem p'ra malucos.
NOTA: Este post é uma ficção, quiçá uma obra literária. Qualquer semelhança com a realidade é uma maquinação fascista. Autorização de publicação da ASAE nº 6546846516/54.
De Jorge a 18 de Dezembro de 2009 às 07:06
Da hierarquia dos Ordenados pouco temos a esperar...
Nós, leigos, é que temos de nos unir. Os nossos "pastores" parece que até nos encaminham para as fauces dos lobos...
Que Jesus e Maria nos ajudem!
Abraço em Nosso Senhor!
De Paulo Lopes a 18 de Dezembro de 2009 às 10:38
Caro Afonso Miguel,
Gostei da lúcida adaptação literária do Livro do Apocalipse.
1 Abraço,
De António Bastos a 18 de Dezembro de 2009 às 23:52
Ao ler o post ocorreu-me a advertência feita pelo Pe. João Seabra na sua entrevista televisiva. Não tenhamos dúvidas de que mais tarde ou mais cedo a Igreja entrará na clandestinidade. Falar da própria vida como um dom do Altíssimo do qual em principio não podemos dispor é uma "aberração" inconcebivel para um mundo estruturado em função da vontade do homem destes tempos modernos, homem esse que se autodivinizou. O embate entre estas duas visões antagónicas é pois inevitavel. A tua "receita" bem pragmática para viver o dia-a-dia é, por outras palavras, aquilo que muitas vezes digo a mim próprio. Há momentos em que digo que gostaria de ser mais burro, visto que viveria mais descontraído.
Mas há tanta doçura no jugo suave de Cristo, meu bom amigo. Não queiras ser burro.
Este post é uma espécie de desabafo entre minis, numa qualquer taberna. Daqueles desabafos que, entre a mais rica asneirada do mundo que é a nossa, consegue enumerar todas as doenças e todas as receitas: para grandes males, grandes remédios. Pelo meio, a ironia cortante.
Um abraço de resistência.
De Maria da Fonte a 19 de Dezembro de 2009 às 03:11
Caro Afonso Miguel
Não é uma vaga de fundo, de estupidez institucionalizada.
A maioria das pessoas, está farta de tanto desmando. Só que a sua voz, não se ouve. É abafada pelo ruído autista, dos aprendizes de Zelotas reinantes.
A imprensa e a televisão estão nas mãos deles. E ouvimos diáriamente, chamar preto ao branco, e branco ao preto, como se isso fosse verdade, ou nós um bando de imbecis.
Veja o que aconteceu, com o Circo do "Aquecimento Global", inventado para justificar a criação da UE, e os avultados negócios da GIM de Al Gore e Co, com o monopólio das transações dos créditos de Carbono, e o exclusivo das Energias Renováveis.
Mesmo depois de ser pública a suspensão de Phil Jones da Universidade de East Anglia, por falsificação de registos, supressão de documentos, manipulação de dados e perseguição a cientistas discordantes da Teoria do Aquecimento Global, o Circo de Copenhague, continua como se nada fosse, e a imprensa escrita e as televisões, adoptam um discurso autista e continuam a fazer as reportagens de toda aquela farsa nauseante, como se de verdade se tratasse.
Decididamente, perderam toda a vergonha, e já nem fingem. Ignoram!
Chegados a este ponto, convém de facto ponderar sériamente em que ficamos.
Porque Portugal pertence aos Portugueses, e nem todos os que aqui nascem o são, muito menos o é, uma Seita transviada de Zelotas, que seguem os passos dos seus compatriotas Lenine, Trotsky e Hitler.
Maria da Fonte
Maria da Fonte,
É inacreditável como estes casos de falsificação e estas informações de avultados interesses monopolistas não são transformados imediatamente em escândalos. E olhe que eu sei o que é uma redacção e digo-lhe que não é nas redacções que se faz o verdadeiro "gatekeeping". É antes, nas fontes. A manipulação das redacções começa no controlo dos fluxos de informação. E, sobretudo, na criação de mitos que se torna ridículos serem desmentidos. De tão convincentes e dogmáticos os transformaram que critica-los é a morte do artista.
Tudo se vai tornando num grande e indesmentível holocausto, se bem me faço entender. Qualquer dia, quem negar a existência de uma catástrofe climática é preso por crimes de ódio contra a Natureza.
Cumpts.
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