Sobre o
discurso do Senhor Dom Duarte no encerramento do I Congresso Marquês de Sá da Bandeira,
praticamente tudo dito pelo Corcunda. A alocução é laudatória dum regime e não de Portugal, quando a génese do Reino e do seu povo não se fundou nem funda em qualquer ideologismo, ainda para mais estrangeirado. Fica a dúvida, como em ocasiões anteriores, sobre para que servirá um regime monárquico constitucional e democrático em detrimento de uma república que já serve os mesmo propósitos políticos rousseanos. Se a defesa da restauração se faz no sentido da própria restauração nacional, é estranho que Dom Duarte e os que o rodeiam defendam a manutenção ideológica vigente, alterando apenas a forma dos conteúdos, a não ser que o objectivo seja a total perda de independência do rei em prol da satisfação do
status quo - situação absolutamente desvirtuadora de um dos papeis fundamentais do monarca.
A este render de armas perpetrado há muito pelo próprio herdeiro ao trono, acresce um profundo sentimento de desapego e descrença relativamente à causa que nos é comum. No passado dia 1 de Fevereiro constatei que talvez fosse o mais novo dos novos que acorreram ao Terreiro do Paço. Estavam cerca de 50 pessoas, não mais que isso, tristemente sós na imensidão da praça. Ouvimos os dois minutos de "intervenção" do Senhor Dom Duarte e colocámos uma coroa de flores. Sem bandeiras ao alto, sem juventude - nem a liberal que costumava comparecer - e sem esperança alguma num futuro melhor.
Assim andamos... sem rumo.
É verdade aquilo foi deprimente! Gostei da expressão "situação desvirtuadora de um dos papeis fundamentais do monarca", ao que eu acrescentaria citando um tal de "Corcunda", e que é precisamente o de ser "um garante contra a democracia", essa sinistra forma de tirania. Quanto ao seres o mais novo estás a olvidar o meu filho mais novo. Fico zangado!
Amigo, desculpa. De facto, os teus filhos eram os mais novos presentes no Terreiro. Mania minha, esta de pensar que ainda sou uma criança...
Abraço
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