Quarta-feira, 25 de Março de 2009
Há coisas que definitivamente não entendo.
O Bloco de Esquerda respondeu ao
polémico vídeo promocional da Antena 1 com
outro, nos mesmo moldes, mas com o guião trocado. No "
humor" do BE (assim lhe chamam), a jornalista da rádio informa o condutor que o patrão despediu-o, visto ter deslocalizado a produção para a Eslováquia. E eu, perante isto, pergunto: se a dita empresa continuasse a laborar em solo nacional mas com eslovacos, ou indivíduos de qualquer outra nacionalidade, haveria mal para o BE? Se a mesma empresa estivesse na Eslováquia com empregados portugueses, haveria mal para o BE? Pois claro que não! O que levanta outra questão: o que tem de mal o patrão ter deslocalizado a empresa para um país inserido no espaço comunitário onde, supostamente, existem liberdade de circulação, os mesmo direitos laborais e livre acesso ao trabalho? Ou os cidadãos eslovacos são menos em alguma coisa e têm menos direitos laborais que os portugueses? O BE é contra a federação? Fico baralhado... E se o patrão for, enfim, eslovaco e estiver a ser alegremente saudado pelos congéneres esquerdistas daquele país por apostar novamente na sua economia nacional?
Parece-me tudo muito ultra-nacionalista e xenófobo (o que até que pode explicar porque dispensaram o Zé Sá Fernandes). A demagogia da economia planificada dá em escorregadelas destas, pouco consentâneas com internacionalismos, mas muito concorrentes com estereótipos enraizados que falam de um patrão sempre mau.
ps: ainda gostava de ouvir o Francisco Louçã explicar em pormenor a teoria do cartaz
supra numa das suas famosas aulas.
De Anónimo a 26 de Março de 2009 às 18:04
Quem tem lucros deve poder despedir ? O que melhor se adequa à Doutrina de Cristo ? A resposta sim ou a resposta não ? Você reconhece-se nesta Doutrina:
"...é necessário, com medidas prontas e eficazes, vir em auxílio dos homens das classes inferiores, atendendo a que eles estão, pela maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida ?( Leão XIII,"Rerum Novarum")
E nesta:
"A usura voraz veio agravar ainda mais o mal. Condenada muitas vezes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticada sob outra forma por homens, ávidos de ganância, e de insaciável ambição. A tudo isso deve acrescentar-se o monopólio do trabalho e dos papéis de crédito, que se tornaram um quinhão de um pequeno número de ricos e de opulentos, que impõe assim um julgo quase servil à imensa multidão dos operariados"( Leão XIII,"Rerum Novarum")?
E nesta:
Diante da realidade dos dias de hoje, em cuja estrutura se encontram marcas bem profundas de tantos conflitos, causados pelo homem, e na qual os meios técnicos — fruto do trabalho humano — desempenham um papel de primeira importância (pense-se ainda, aqui neste ponto, na perspectiva de um cataclismo mundial na eventualidade de uma guerra nuclear, cujas possibilidades de destruição seriam quase inimagináveis), deve recordar-se, antes de mais nada, um princípio ensinado sempre pela Igreja. É o princípio da prioridade do « trabalho » em confronto com o « capital ». Este princípio diz respeito directamente ao próprio processo de produção, relativamente ao qual o trabalho é sempre uma causa eficiente primária, enquanto que o « capital », sendo o conjunto dos meios de produção, permanece apenas um instrumento, ou causa instrumental. Este princípio é uma verdade evidente, que resulta de toda a experiência histórica do homem." ? (João Paulo II,"Laborem Exercens" )
E,por última nesta:
"É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus" ?(Jesus de Nazaré)
De
Diogo a 1 de Abril de 2009 às 12:57
Populismo esquerdista. Quem tem lucros não pode despedir. De acordo. Tem que esperar por deixar de ter lucros. Depois, já vai poder despedir. Não os necessários. Todos. Fecha a fábrica e acabou. Aliás, os esquerdistas que conheço que têm algum tipo de negócio são os primeiros a... despedir se tal é necessário.
Comentar post